segunda-feira, 26 de março de 2012

POUCAS PALAVRAS, GRANDES ASSUNTOS - 04

Não perca a paz só porque você sofre, procure ter calma, rogue para que Deus o(a) alimente. Veja pelo lado bom, se você está sofrendo é porque ainda não se tornou uma pessoa sem sentimentos, logo ainda é humano(a). Quanto mais formos humanos mais estaremos perto daquele que nos quis como homens, jamais máquinas. A indiferença é uma desgraça, assim, o sofrer pode ser um sinal que ainda somos de carne e osso e temos um coração que está vivo.

Pe. Rômulo Azevedo da Silva

quinta-feira, 22 de março de 2012

POUCAS PALAVRAS E GRANDES ASSUNTOS - 03


Meu coração chora e rir em vários momentos da minha vida. Tenho falado de dor, não como algo destrutivo ou negativo, mas como a experiência de ser gente, de sentir em mim um corpo que é formado de muitos dos elementos que borbulham no universo inteiro. Acredito que tudo tem um Criador, e penso que a dor que sinto é saudade daquele que me criou e, ao mesmo tempo, vontade de tê-lo e de que ele me tenha totalmente. Por todos estes motivos e por alguns mais, por ser criatura, meu coração chora e rir. Contudo eu louvo, respiro fundo e busco continuar... Tenho amigos e pessoas perto de mim, no amor nos tornamos lugar de encontro. É nos meus amigos que eu consigo ver e abraçar o Belo que é Deus.

Pe. Rômulo Azevedo da Silva

segunda-feira, 12 de março de 2012

EIS O MELHOR CAMINHO


“O mundo não começou conosco”! Já ouvi muito isto. Não reconhecer que o mundo não começou e não vai terminar conosco é assinar um atestado de inocência, para não usar uma palavra mais bruta. Temos que honrar o que foi vivido no passado. Não podemos ignorar o que recebemos dos nossos antepassados só porque acreditamos ser melhores ou mais evoluídos. Se estamos aqui é porque eles colocaram nesta construção as primeiras pedras.
            Um dos erros graves da atualidade é fazer de conta que estas, as pedras, não foram colocadas. Isto de querermos sempre “tudo novo” é um perigo, até porque não há sociedade ou indivíduo que tenha condições de ser totalmente novo, sem nada do que já passou. A genética, a cultura, a religião, a história, a sociedade, aliás, tudo que temos e somos bebe do que os outros foram e fizeram. É evidente que somos muito de nossas próprias escolhas e produto do meio que hoje vivemos. É, porém, impossível ser sem que alguém tenha sido antes de você ou de mim. Alguém teve que fazer algo, doar-se para que eu pudesse aparecer no palco desta história. Assim, negar fundamentos do passado é comprometer toda a estrutura atual. O que podemos fazer é atualizarmos, crescermos. Jamais negarmos.
            Alguns sofrimentos que encontramos na alma do homem de hoje brotam deste não se ver como continuidade de uma história. Tentar viver sem influências do que já foi é inútil, reconhecê-las, avaliá-las e adaptá-las é sinal de verdadeira inteligência. Quando negamos verdades importantes, como família, moral, ética, comunidade, espiritualidade, entre outros, nos perdemos. Ficamos como uma criança dentro de uma grande loja de brinquedos e que, tendo perdido a criatividade, a capacidade de sonhar e de ver a fantasia, chora e sai correndo da loja, justamente porque não se reconhece naquele mundo, não sabe o que fazer. Muitos querem negar, não percebem que se negam juntamente. O homem não vive sem paradigmas, modelos, sem ter em que ou em quem justificar o seu caminhar. Alguns falam que família, moral, ética e outros, fazem parte do passado. Porém, vejo muitos homens carregando dores, mágoas e angústias por não ter o que desejaria: uma família, um grupo social ou simplesmente um lugar debaixo do sol onde se sinta pessoa, amado e capaz de amar. Quando negamos estes princípios fundantes do nosso ser perdemos a capacidade de viver bem, deixamos de ser humanos e passamos a vegetar e nos perdemos nas migalhas do nosso imaginário. Não estou impondo regras, muito menos dizendo que sua família deva ser desta ou daquela maneira, não quero impor religião , “morais” ou “éticas”. O que digo é que sem estes princípios e valores a vida não é vida, é uma existência desconectada do todo.
            É por jogar para fora de nossas casas estes valores que vivemos culturas que se voltam contra nós mesmos. Como, por exemplo, o que alguns chamam de “cultura de morte”. Como é fácil matar! Aliás isto não é novo. O quanto já nos matamos em nome de tudo, até de Deus. Acreditávamos que a modernidade, a tecnologia, os nossos sagrados avanços científicos (todos eles maravilhosos), como também o novo homem mais livre e mais solto, iria ter mais capacidade de acolhimento, de respeito e de benevolência. Só que o século passado nos coloca diante de grandes guerras e desastres humanos. Quantas vidas se perderam! Chegamos ao novo milênio e tudo nos acompanhou. O desejo de sangue e de poder se esconde e se mostra de várias novas maneiras. O outro é descartável, não vale nada se não é ou não pensa como eu, e por aí vamos nos destruindo, física e emocionalmente. Será que não percebemos isto?
            Na verdade não só notamos, também sentimos o vazio e a falta de sentido que provocam a falta dos valores essenciais à vida humana. Só nos falta um pouquinho de coragem para reconhecer. Outra realidade é a chamada “cultura do sexo livre”. A mídia faz uma propaganda grande pela liberação total do sexo e de mil maneiras coloca na cabeça da maioria que hoje tudo pode, que tudo é normal. Podemos dizer que alguns conceitos devem ser dialogados, que devemos amar o ser humano, mesmo limitado, que o sexo é algo belo e está dentro do projeto de Deus. É uma mentira, porém, que tudo é normal. É anormal que uns jovens entrem numa casa, roubem tudo, estuprem e depois matem com brutalidade as vítimas já dominadas. Isto não faz parte do que, no fundo queremos, pois ninguém quer ser a vítima! É corriqueiro no mundo de hoje, infelizmente, mas não é normal. Não somos contra o sexo, somos contra a maneira irresponsável como ele é praticado. Ninguém é bobo ou infantil ao ponto de dizer que ele não faz parte das dimensões humanas. O que precisamos dizer é que esta cultura e propaganda que aí vemos, desrespeita a dignidade do outro, que muitas vezes é visto como um instrumento de prazer e não como uma pessoa a ser valorizada na sua integridade e valor real.
            Um dia destes alguém me disse: “mas o que é que tem se a maioria quer?” Aqui está a questão. É uma querela ética, moral, filosófica e teológica. Deixo só uma pergunta: então se a maioria de nós decidirmos matar todos os idosos que não produzem mais ou matar todas as crianças que nascerem com alguma paralisia, isto seria certo? Seria normal? Nem tudo que a maioria quer é o melhor, muito menos a verdade. O problema é que estamos vendo uns aos outros numa ótica de desvalorização tão grande que só percebemos quando a dor ou a pedra bate na nossa própria cabeça. É, o homem de hoje e a família precisam perceber e pensar sobre estas questões.
            Reclamamos de tantos problemas, como a violência, o erotismo exagerado e entre outros. Eles começam em casa quando os vícios e a falta de uma espiritualidade tomam o lugar do que é verdadeiro, fundamental, dos bons costumes e virtudes humanas e religiosas, no nosso caso, todo o nosso patrimônio cristão. O mundo nos enfeitiça e empurra para um sexo sem preparação, alimentado pela supervalorização do “quero ser feliz a qualquer custo”, do “eu quero e pronto” e do individualismo. Quando não temos os nossos desejos egoístas satisfeitos nos preenchemos de pequenas ou grandes violências. Está tudo interligado. A mídia corrompida (é bom frisas que há mídia boa e séria) e demais propagandas nos dizem como devemos ser, o que precisamos vestir ou beber, etc. Só não nos dizem o que fazer com os cacos de gente quando vêm as quedas. Vejamos uma questão. Vemos uma propaganda imensa para a liberação de algumas drogas, depois a mesma mídia nos pergunta o que fazer com uma “Menina das Trevas”, recém nascidos jogados no lixo. Por que nos assustamos? Não somos nós que estamos escolhendo isto?
A produção de um ser humano sem valor, descartável está mais do que avançado. Amanhã seremos nós ou alguém de nossa família que será jogado fora. Meus pêsames antecipadamente! Aí dizem que a Igreja é deslocada e hipócrita por avisar, anunciar e denunciar. A Igreja é tola mesmo! Ela está fazendo o que toda família deveria e não faz. É ultrapassada mesmo, deveria não se preocupar, apenas enterrar nossos filhos e jovens que morrem e são eliminados por este mundo sem vida. Pra que avisar que estamos sofrendo, acabando a família, nos matando e destruindo a terra? Nós sabemos de tudo mesmo, não é? Realmente não precisamos da Igreja! Sabemos o que queremos da vida. Como não adianta só denunciar, eu vos anuncio pistas de saída. Nós conhecemos, só não as queremos mais. As atitudes de Jesus. Ser como ele, assumir sua identidade. Uma espiritualidade familiar, fazer de sua casa um santuário que se fale, pense, reflita, conheça, ame, acolha e se comprometa com o Reino. Eis o melhor caminho.


 Pe. Rômulo Azevedo da Silva

quarta-feira, 7 de março de 2012

POUCAS PALAVRAS, GRANDES ASSUNTOS - 02

          


          Imaginamos que Deus deseja muito de nós! É ilusão do nosso "poder". Pensamos que Deus precisa muito de nós! É armadilha de nossa soberba. Acreditamos que sabemos muito sobre Deus! É desgraça do nosso egoismo e prepotência. Certamente o mais importante é permanecermos na escola do AMOR. Ele, a bela pedagodia do coração do nosso Pai, nos fará experimentar bem os mistérios da vida.


Pe. Rômulo Azevedo da Silva