sábado, 10 de agosto de 2013

POUCAS PALAVRAS, GRANDES ASSUNTOS - 66


      Há pessoas pedindo tantas coisas ou realidades. Eu só queria coragem... talvez para dar um grito, para dar um basta ou para seguir mais adiante. Não um grito baseado em qualquer grande problema externo, apenas um grito gerado em minhas próprias entranhas e jogar fora sei lá! Talvez as hipocrisias. E livre correr ao encontro do infinito e chegar ao bem que mais quero: a paz! Não, a questão não está nos outros, toda resposta está em nós e por nós mesmos. São as pequenas pedras que tornam o caminho doloroso para os pés, para nossos pés. Eu só queria coragem de dar um grito.

Pe. Rômulo

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

POUCAS PALAVRAS, GRANDES ASSUNTOS - 65

         Todo ser humano tem  problemas, dificuldades, dúvidas e momentos de crises. Não há um só ser humano que não os tenha. A questão não é se temos ou não temos problemas, a questão está em como lidar com eles. Perdemos tempo nos perguntando por que isso,  por que aquilo. A resposta é simples, porque não somos Deus, como humanos frágeis e limitados sempre teremos problemas. Faça o que for preciso. Se for hora de correr, corra. Se for hora de enfrentar, enfrente. Se for hora de descansar, descanse. Se for hora de dar um tempo, dê. Muitas realidades podem servir-nos de pedagogias e formas e muitas interpretações podem ser dadas. Só não acolha a primeira resposta pronta e nem estacione. Qualquer caminho, muito pode ser experimentado; muito pode dar certo ou não dar. Mas, pelo amor de Deus, só não desista da sua vida. TODO MUNDO TEM PROBLEMAS, SÓ NÃO DEIXE DE VIVER! Deixar sua vida não vai adiantar em nada, abandonar suas prioridades e passar a viver só os problemas é a maior das mortes, sem esquecer que é bobagem. Dê um grito, faça exercícios, chore, ria, corra, brigue, fuja, mude de estrada, qualquer coisa, menos desistir de viver. DÊ  PRIORIDADE A SUA VIDA, NÃO JOGUE NO LIXO O DOM QUE DEUS LHE DEU COM TANTO AMOR.

Pe. Rômulo 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

PREGAÇÃO DE PE. RÔMULO

Pregação de Pe. Rômulo na Festa de Sant’Ana – Caicó, 07/2013 

A IGREJA É CHAMADA A PARTICIPAR DA ETERNA JUVENTUDE DE CRISTO

Baseada no Documento 85 da CNBB
Sobre a Evangelização da Juventude

Antes de falarmos do jovem ou para o jovem temos que entender um pouco mais sobre o seu coração, seus sonhos e desafios, seus medos e, especialmente, como a cabeça do jovem funciona. Evidentemente não vamos aprofundar psicologia numa pregação; também precisamos dizer que há linhas de pensamentos diferentes. Mas, de um modo comum, o jovem está sempre condicionado e pronto para agir, faz parte do seu ser ter pressa e garra. O jovem tem inteligência, principalmente do mundo de hoje, está cheio de informação e conteúdo. Mas falta a cola da sabedoria do tempo (a experiência de quem já viveu) para unir tudo isto e fazer um todo. Eles entram em contato de uma forma simples com a realidade, não ruminam muito porque desconfiam pouco. Há nos jovens a malícia dos desejos, a malícia do erótico, mas não está formada ainda a malícia do avaliar as dimensões do bem ou do mal (não como em nós adultos).
Os jovens estão abertos e se deixam levar pelo que o impacto da propaganda diz. No que se refere à Igreja, por exemplo, se mostramos uma Igreja como instituição, assim eles a verão. Eles acreditam na difamação que, às vezes, são passadas nas universidades, muitas vezes manchadas por criticadores e não críticos e bebem o que a mídia passa quando diz que a Igreja é contra o progresso humano e da ciência. Eles acreditam, estão no meio do caminho entre a candura da infância e os novos dons e “poderes” do adulto, confusos eles seguem quem fala com mais convicção. E é assim com todo ser humano em qualquer idade.
É preciso apresentar testemunhos para os jovens, os de ontem e os de hoje, não discursos. Alguns deles acreditam que a Igreja é quadra, que casamento não presta mais, que não devem ouvir os mais velhos ou que droga e sexo é algo moderno e que precisa ser feito logo porque dizem isto a eles com exemplos e uma bela propaganda. Um dia estava ouvindo uma palestra de um professor de história e ele acabava com a Igreja, falava sobre a escravidão imposta aos índios na colonização das Américas, como nosso Brasil por exemplo. Realmente muita coisa errada foi feita. A questão é que devemos ensinar o povo a pensar, não impor a nossa visão preconceituosa e ferida. É claro que precisamos mostrar às pessoas e aos jovens o que foi feito de errado, mas tenhamos a coragem de mostrar os dois lados. Outra coisa é saber diferenciar alguns membros da família com o valor da família. Imaginem que você tem 12 irmão e que dois deles roubam um banco, por eles é certo dizer que sua família não vale nada e que seus pais são os piores pais do mundo porque criaram dois ladrões? Pois bem, o professor criticador, e não crítico (que é diferente e positivo), falava dos padres e religiosos que defendiam a  escravidão dos índios, mas não conhecia, por exemplo, Bartolomeu de Las Casas qe também foi religioso e que defendia em tudo os negros e os índios. E já encontrei alguns jovens que ficam com o primeiro frito! Entendem o que estou querendo dizer? Temos que trabalhar fé e razão. É preciso um diálogo na verdade. Mostrar aos jovens que a Igreja é santa, mas marcada por homens pecadores. Há joio e trigo, como bem disse o Senhor, mas o importante é ter consciência de qual lado da história queremos agir.
Vivemos na dinastia do tanto faz, do relativismo, do “o importante é eu ser feliz”. Isto está dentro de todas as instituições e dentro da Igreja. Leigos, sacerdotes, religiosas e seminaristas estão impregnados disto porque é o hoje de muitos homens modernos. Quando falamos dos erros da Igreja, da política, da sociedade, não devemos deixar de nos perguntar que são eles ou ela. Lembro de quando fazia teatro a gente adorava colocar em toda dramatização aquela famosa afirmação: “esta sociedade corrupta”!  Éramos jovens, não entendíamos bem que todo homem e toda mulher pode tornar-se corrupto ou mal. Não estou dizendo que está tudo uma desgraça, não digo que não temos realidades belas, aí está a JMJ para nos dizer que há muito o que celebrar. O que digo é que estamos numa batalha pau a pau e que, mais do que antes, é fundamental apresentar Cristo, o jovem cheio de vida e força que, em tudo, serviu e não esquecer de dizer que isto não é fácil. Olhemos, Ele foi até a cruz. Nestes dias de JMJ estamos cantando muito com Pe. Zezinho: “no peito eu levo uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”.
O jovem não terá medo da cruz se for dito o que ele conseguirá com ela. Ele se encantará quando tiver entendido, pois a essência e o desejo do jovem é experimentar algo mais forte do que suas dúvidas e medos. Se apresentarmos drogas, sexo sem responsabilidade, ou qualquer proposta de forma convincente, ele ficará com isto. Se apresentarmos a arte, o esporte e a fé também convincentemente será para ele uma verdade provada e confirmada pelo seu próprio coração. O jovem ficará com aquilo que for mais forte do que suas dúvidas e medos; repito. Se mostrarmos a eles, com prática, que, o que buscam é o amor, eles ficarão com isto até o fim. Mas como convencer que o amor é o que precisam se nós não o entendemos ainda e se o mundo só fala de lucro e benefícios e não de vida plena? E como falar de amor se nossos relacionamentos estão feridos pelo egoísmo e pela propaganda da satisfação do eu? Ser jovem é ter esta força de Deus pulsando em nós, como pulsou em Jesus. Como diz João, Deus é amor. Recuperar a dinastia do amor é o nosso caminho. Lembremos o que diz Jesus em Mt 20, 25-28. “Os grandes querem dominar, que entre vós não seja assim”. É preciso mostrar amor servindo, mergulhado no amor; isto é o que precisam ver os jovens.
Nós que hoje ficamos na Igreja, ficamos porque encontramos algo maior que nossas dúvidas e medos, o encontro com o Cristo na vida do outro. Ninguém permaneceu na Igreja porque se encantou com a arrumação da sacristia, nem com a redação dos documentos da secretaria paroquial. Ficamos na Igreja porque nos encontramos com tantos testemunhos. Lembro-me muito de minha do serviço de minha mãe, de pessoas como Mons. Ernesto, leigos e leigas de Jardim, religiosas que fizeram e fazem parte de  minha história. Como sou grato por tantos testemunhos!

É importante falar e mostrar que a Igreja é lugar onde o Espírito Santo de Deus transforma os que querem em novos Cristos. Ela perpetua a força daquele que só era amor, respeito, carinho, resistência, revolução, agitação, questionador, questionamento (no bom sentido), perdão, paixão e mais. Estes são ou não os valores que marcam o temperamento de todo jovem? É ou não o que eles procuram e o que nós procurávamos? Jovem, a força do seu coração é Cristo, que você pronuncie ou não este nome. Dizer isto de forma prática é evangelizar, é a nossa missão como foi a de Cristo. Depois disto, uma vez evangelizados, nenhum jovem deixará o Senhor.