
Vivemos hoje uma proliferação de “igrejas” e expressões religiosas, e para agradar, percebemos que em cada uma delas nos é apresentado um Deus e um Jesus com características próprias, ao gosto do consumidor. O homem tornou-se um consumidor egoísta de Deus, até as nossas liturgias estão se tornando uma busca de prazer, de sentimentalismos, de satisfação pessoal, algo em meu único favor e não para a única glória de Deus e em favor da salvação de tudo e de todos. Em se falando de liturgia católica, a Missa é um ato de louvor ao Senhor da vida, onde eu sou chamado a me doar para, por Jesus, na força do Espírito Santo, tornar-me uma oblação agradável ao Pai para a salvação do mundo, nela eu me alimento do Corpo de Cristo para voltar para casa mais parecido com ele, assumir a sua missão no mundo e não me beneficiar sozinho e egoisticamente dela. É fundamental pensarmos: para que Jesus veio?
Jesus veio para ser presença no nosso meio. Deus nos ama e veio para nos renovar neste amor. Jamais pensou em criar um exército de satisfeitos e beneficiados individuais e individualistas, mas para criar uma nova consciência comprometida com a causa do Reino para todos.
Será que não estamos certos quando dizemos que tudo que hoje nos faz sofrer é justamente falta de Deus? Onde Ele não habita também não há lugar para colegialidade, fraternidade, paz, etc. É claro, a mensagem de Jesus incomodou e incomoda. A coisa não é mais só eu, só para mim, para meu grupo, é uma jornada de auto-transformação para a doação, para a partilha. Não para doarmos coisas – um quilo disso ou daquilo, essa ou aquela ajuda só – mas para nos doarmos. A nossa Igreja é uma escola de doação por excelência. Assim, se queremos ser cristãos verdadeiros, devemos nos fazer presentes e presença no mundo, na vida dos outros, tornar-me sal e luz ( Mt 5,13-16). O que precisamos no hoje de nossas vidas? O que o homem pós-moderno está precisando? Penso e acredito que o homem não precisa de esmolas, a esmola escraviza e cria dependentes, pessoas que se auto-fragelam porque se sentem ou se fazem coitadinhas. Não podemos, justamente na nossa vocação mais sublime, o nosso relacionamento com Deus, vivermos esta “euspiritualidade”, vivermos uma pedagogia de coitadinhos que querem tudo e que pouco estão disponíveis para doar, para se doar. A doação dever ser total, doação de nosso próprio ser e existir, exatamente como foi toda a vida do Senhor. Se não adentrarmos na pedagogia divina da caridade vamos continuar escravos de nossos interesses e pecados, seremos pessoas frágeis, medíocres mais do que no normal, infantis fisicamente, psicologicamente, emocionalmente e imaturos na fé.Não podemos assumir a característica dos ladrões que só querem para si, dos poderosos que só pensam em seus próprios lucros, com algumas exceções é claro. Jesus veio mudar justamente este mundo de escravidões físicas, emocionais e psíquicas. Veio para nos ensinar o que é viver na plenitude e verdade da vida, para nos dar esta vida que só pode ser completa na intimidade com Deus ( Jo 10,10) .
Se todos nós somos filhos do mesmo Pai que está nos Céus, se ele quer dar-se a todos, então não há mais grandes e pequenos, pelo menos para Deus, ele está com todos e todos devem viver plenamente. Eu, que tenho pessoas aos meus pés devo perdê-las para que elas olhem para um amor que as preencha de coragem para lutarem e ressuscitarem suas vidas mortas de sentido e felicidade. Nem eu e nem os outros podem permanecer escravos de coisas e desejos que não condizem com a verdade mais profunda de nós mesmos. É evidente, a maior consciência que deve me fazer livre é saber que sou amado por Deus, que ele estará pronto para me ajudar na hora que eu precisar. Contudo o Senhor me ajudará com mais misericórdia se a minha vida for uma vida semelhante a vida de seu Filho Jesus, uma vida doada. Não faltará bênçãos, curas e milagres na vida de quem se faz presente para os outros.
Em se falando em história estamos começando ainda as páginas cristãs. Graças a Deus os perigos que o demônio nos fez introduzir na Igreja de Cristo o Espírito Santo está arrancando como se arranca dente sem anestesia. Basta olharmos, poder, prestígio, glória, força política e econômica, número... nos séculos que passaram, as pessoas que foram obrigadas a se batizarem já estão deixando de ser católicas, aos poucos está ficando ou retornando quem está entendendo o escandaloso espetáculo do Crucificado que no silêncio da cruz nos diz: “Morro mas sustento o que disse, meu Pai me enviou para dizer-vos que Ele é Pai-Nosso e quem não quiser perder sua vida para construir o Reino não diga que é cristão” ( Jo 10,17-18; Mt 20,25-28). Que o Espírito Santo do Senhor nos ajude a entender o mistério de perder e ganhar a vida, como nosso Senhor e Salvador Jesus de Nazaré.
Pe. Rômulo Azevedo da Silva
o amor que tenho no meu coração é dedicado ao
ResponderExcluirSenhor Jesus. Amá-Lo ei com todo o meu coração com
toda a minha alma com toda as minhas forças. Porque
Dele é o Reino o poder e a Gloria para sempre
Jesus Cristo é o Senhor para a Gloria de Deus Pai.
Tu és Príncipe para sempre. Como orvalho, antes da
aurora Eu Ti gerei...